Consideração ou liberdade?
Geralmente, quanto mais oprimido o indivíduo se sente, mais ele deseja se afirmar e ser considerado. É estarrecedor esse desejo de ser considerado, quando o que deveria ser desejado era a liberdade, o fim da opressão.
Acontece que quando se quebra a “coluna”, quando se é oprimido, se rompe a continuidade de perspectivas de estar no mundo com os outros. O que se percebe são pontos, pessoas, situações que são obstáculos. E aí, já de coluna quebrada, se arrastando, o que se aspira é a ajuda do outro, o envolvimento do outro, é ser considerado para então conseguir o que se quer. É a liberdade dada pelo apoio, é o outro transformado em bengala. O oprimido, quando não se liberta, quando não vence o opressor, transforma tudo em objeto, em instrumento para realizar desejos e aliviar dores.
Ser oprimido, seja em que esfera for, é ser desumanizado. Perder autonomia, perder liberdade, perder sensibilidade, e conseguir apenas movimentos de baixar a cabeça e bater palmas é desumanizador. Nos mais diversos casos de desindividualização, que vão dos oportunistas que tudo fazem para sobreviver, desde “pular a cerca” constantemente enganando o outro, até concordar com toda e qualquer coisa para manter empregos e funções, vemos que os processos caracterizados pela opressão consentida e arbitrária criam desesperados, desmotivados e esperançosos por melhores dias. É o faz de conta aniquilador. É a mentira e descontinuidade determinando. Abrir mão das próprias possibilidades para garantir sobrevivência e apoio destrói perspectivas, engatilha ódios e invejas para futuros disparos.
Utilizar o que se envenenou, o que foi envenenado é típico do oprimido que sempre está tentando recuperação pela destruição de empecilhos (o outro via de regra é visto como empecilho), que luta por um lugar ao sol onde não seja pisado, esmagado. Sua perda de referenciais é uma atitude sempre calcada na busca de melhor sobreviver.
O usuário químico, o corrupto, o homo-sex formatado; o cleptomanioaco, oportunostas, seguraramente são imponentes modelos de posturas. abordagem
ResponderExcluirVerdade Carlos, boa implicação do escrito.
ExcluirInteressante! E bom observar certas mecânicas de discernimento
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