Emaranhado
Quanto maior a necessidade de saída, mais confuso e terrível fica o labirinto no qual o indivíduo se encontra. Emparedado, protegido e desesperado, não sabe o que fazer, embora saiba para onde ir, conheça mil portas a bater, inúmeros caminhos a enveredar, mas não sabe como sair. Sair de quê? Do labirinto no qual entrou. Buscar a saída quando se constata não conhecer a saída é um método desesperado, caracterizado pelo constante ensaio e erro que torna tudo monótono. É repetir, fazer igual, tentar até que se consiga, principalmente quando se incorporam os pedidos de ajuda divina, ou quando se recorre às tábuas explicativas das rotas ou caminhos a percorrer.
O grande drama não é buscar a saída. O grande drama é precisar, querer a saída. Ficar sem saída sempre demonstra um cálculo falhado, um anseio frustrado. Mas também é o perceber o que está acontecendo: nada anda conforme se imaginava. Quando isso é aceito, questionamentos surgem e se constituem na saída, ou, quando não há questionamentos se eterniza a prisão, o amedrontamento, a passividade e adaptação ao que destrói e conflitua.
Olá, Vera.
ResponderExcluirVenho lendo bastante conteúdo aqui do site. Fiquei surpreso quando li a respeito sobre o denso e o sutil (perdão pelo off topic).
Eu nunca entendia essa separação, esse "corte".
Agora ficou esclarecido.
Que bom.
ExcluirVera, então a meditação das linhas orientais é inócua?
ResponderExcluirA "meditação das linhas orientais" não globaliza questionamentos e não aceitações.
ExcluirObrigado !
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