Contentamento

Alegria, bem-estar, satisfação, alívio caracterizam a vivência de contentamento, assim como descobrir o novo, saber-se capaz, perceber as superações realizadas ao longo de difíceis processos traz contentamento. O filho que nasce, receber o diagnóstico acertado, as obrigações cumpridas, o prazer realizado são algumas situações onde se fica contente.

Sucesso, realização e o inesperado auspicioso, sintetizam as vivências de contentamento, mas, resumir a existência em função de objetivos, de resultados satisfatórios cria polarizações de bom e ruim, tristeza e alegria, contentamento e descontentamento. Nestes universos assim polarizados, qualquer coisa contenta ou descontenta. Esta contingência enfraquece, deixa muito tênue a estrutura humana, desde que, alienando-se em função de resultados a pessoa se circunstancializa e ouve apenas "toques de tambor", reagindo em função do que é programado e organizado. Comprometidos com estes referenciais, os indivíduos têm sempre seus nichos, suas fontes de satisfação, de contentamentos momentâneos, que também podem ser fatais: o gol de sua seleção ou clube de futebol, por exemplo, realiza e contenta, tanto quanto pode enfartar.

Contentamento é uma constante na vida do indivíduo que está no mundo com o outro, vivenciando seus impasses e superações cotidianas e é eventual bem-estar quando constantemente é buscado sob a forma de resultados, de sucesso, de realização, de paz e harmonia.

















- "Conhecer, cuidar, amar" de Hipócrates
- "Crítica da Razão Cínica" de Peter Sloterdijk


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