Tenacidade
Tenacidade é uma propriedade do aço, e também pode ser um aspecto do humano quando ele é estruturado sem estar ao sabor das contingências, do aleatório. A têmpera do aço, a educação do homem, nos faz pensar.
Infelizmente, todo processo educativo, nas mais diversas sociedades e culturas, é voltado para o futuro, para conseguir resultados eficazes, quando o que deveria ser feito em termos de educação deveria ser em função da consistência, do preenchimento de vazios. O bastar-se a si mesmo para assim se relacionar com o outro deveria ser o objetivo educacional básico. Mas, ao contrário, justamente buscar complemento, encaixe e ajuda, são as noções que norteiam os passos de nossos educadores, família e escola.
Nascemos e crescemos. Desenvolvemos habilidades e adquirimos conhecimento pela ampliação das percepções. É a constante movimentação do estar no mundo com os outros que nos faz desenvolver, humanizar ou desumanizar. O embate diário, a descoberta incessante configura novos horizontes, novas dimensões, e essas reconfigurações criam impasses, acordos, sucessos e insucesso.
Sem tenacidade só nos resta nos encaixarmos, nos adaptarmos, entrarmos nas gaiolas ou nos palacetes. O pequeno espaço ou o grande espaço sempre são limitados. O entrar, o sair são pontes que escondem o presente, a forja onde as vicissitudes se difundem, onde as vitórias e facilidades são transformadas.
Vida é encontro, é confronto que causa desencontro, distância, desistência e paradas. Tenacidade é diferente de resiliência. Tenacidade é a característica que resulta de enfrentar diversidades, enquanto resiliência é adaptação, é a submissão que fortalece e enrijece. Partir de, é sempre mais importante que chegar à, enquanto imanência estruturante, enquanto força individualizante.
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