Altivez enganosa
Orgulho e frustrações
escondem fraquezas, carências e medo. É uma atitude criada para ocultar buracos,
cicatrizes e violências sofridas. Não se render ao que destrói leva a engendrar
proteções, mas, no contexto da altivez ou do orgulho, tudo isso deve ser dissimulado
para que não apareçam os pontos fracos. Expor fraquezas, administrando
problemas mesmo com proteção, é vivenciado como entregar os pontos, “dar o mapa
da mina”. Esconder é uma maneira de resistir, e nesse sentido, nada melhor que
não demonstrar fraquezas. Transformar fraquezas e dificuldades em força e
acertos é uma arte exercida não só por indivíduos, mas inclusive por inúmeras
nações, grupos sociais e etnias. Manter e estruturar orgulho é transformador:
em lugar de pedir, se exige, em lugar de confrontar, se governa; mas também se
cria contrapartidas responsáveis por isolamento, autoritarismo e sectarismo. Os
bolsões identitários e os egos entronizados no poder econômico, religioso e das
dificuldades pessoais exemplificam isso, criando orgulhosos protegidos por seus
semelhantes.
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