Seleções parcializadoras
Ter prévios, dos preconceitos às avaliações, cria uma série de regras e dogmas para o ser humano. Tudo fica submetido às cartilhas, aos protocolos de como agir, e frequentemente são avaliados e verificados o saldo, as perdas e lucros dos comportamentos. É quase impossível agir sem seleção quando os recursos estão cotizados por vantagens e decorrências de suas utilizações. Aproveitar o máximo, minimizar perdas é um obrigatório que enrijece e desmotiva. Vive-se para observar, controlar e captar. A necessidade de acerto, de adequação e aprovação são constantes e para estes observadores, para estes controladores, ter medo não existe, desde que tudo esteja protegido e garantido, daí que o prévio - a vacina que impede tormentos - é fazer a escolha certa em manter o não desperdício. Nada pode ser tentado por tentar; só existe ganhar para não ter o que perder. Esta relação ganho/perda é a espada de Dâmocles que tudo determina. Amarrado à certeza e garantia de que nada vai desequilibrar, nada vai desconstruir a segurança, o inesperado desespera, tanto quanto recria situações, recria seres.
Toda vez que alguma instabilidade, alguma inadequação aos próprios padrões surge, o indivíduo se conflitua. Querer o que não é bom é impossível, tem que descartar, entretanto, a todo momento ele se insinua, criando ansiedade, medo e motivação. Estar entregue à motivação, a algo novo, algo não programado, é intrigante - gera curiosidade. Neste processo, o indivíduo se descobre sob novas luzes, novos aspectos que o levam a quebrar seus limites, ultrapassar seus dualismos de certo e errado ou, mantendo contradições sem renová-las, esvazia e aprofunda seu desespero de estar sem apoio, sem saída, sozinho no mundo. É um momento esclarecedor perceber a impotência e o desespero diante do que o surpreende e colapsa ou descobrir a possibilidade de virar a própria mesa e, abrindo mão de garantias e certezas, defrontar o infinito do não saber, de dúvidas, do medo que passa a ser mola propulsora e assim, acabar os seguros casamentos, os estáveis empregos ou extinguir seguros apoios confortáveis, que alienam e aprisionam. Critérios são mudados, são extintos e as seleções desaparecem: a vida é vivida. Este processo é que é o critério, é o selecionador do que se gosta, do que se valoriza, ama, ou do que se despreza, dispensa e até odeia. As seleções não são prévias, são vivenciadas no aqui e agora do realizado.
Toda vez que alguma instabilidade, alguma inadequação aos próprios padrões surge, o indivíduo se conflitua. Querer o que não é bom é impossível, tem que descartar, entretanto, a todo momento ele se insinua, criando ansiedade, medo e motivação. Estar entregue à motivação, a algo novo, algo não programado, é intrigante - gera curiosidade. Neste processo, o indivíduo se descobre sob novas luzes, novos aspectos que o levam a quebrar seus limites, ultrapassar seus dualismos de certo e errado ou, mantendo contradições sem renová-las, esvazia e aprofunda seu desespero de estar sem apoio, sem saída, sozinho no mundo. É um momento esclarecedor perceber a impotência e o desespero diante do que o surpreende e colapsa ou descobrir a possibilidade de virar a própria mesa e, abrindo mão de garantias e certezas, defrontar o infinito do não saber, de dúvidas, do medo que passa a ser mola propulsora e assim, acabar os seguros casamentos, os estáveis empregos ou extinguir seguros apoios confortáveis, que alienam e aprisionam. Critérios são mudados, são extintos e as seleções desaparecem: a vida é vivida. Este processo é que é o critério, é o selecionador do que se gosta, do que se valoriza, ama, ou do que se despreza, dispensa e até odeia. As seleções não são prévias, são vivenciadas no aqui e agora do realizado.
verafelicidade@gmail.com
... Nos meus retiros espirituais, descubro certas coisas tão banais
ResponderExcluirComo ter problemas, ser o mesmo que não
Resolver tê-los é ter, resolver ignorá-los é ter
Você há de achar gozado ter que resolver de ambos os lados
De minha equação, que gente maluca tem que resolver
Eu diria o problema se reduz aos espirituais sinais iniciaisdesta canção
Retirar tudo o que eu disse, reticenciar que eu juro
Censurar ninguém se atreve
É tão bom sonhar contigo, oh, luar tão cândido ... (Giberto Gil, 1975).