Abrupto


 

Abrupto é o que se quebra. É o que denuncia, é vida, é morte. Toda continuidade pode ser interceptada por outra continuidade. Esse ponto de encontro é também o corte, a interseção. Novos desenhos e paradigmas são criados. Muitas vezes se perde o fio da meada, como diriam tecelões. Construir parâmetros, desenhos, contabilizar algoritmos é também criar, tanto quanto é aproveitar o existente, construindo anômalos. O acontecimento, a vivência, a situação abrupta é corte, é quebra, assim como é descoberta - é o novo que se instala. O ponto fora da curva é o abrupto ampliado que permite interseção, que traz um novo às vezes encoberto, não configurado por conveniências. Descobrir a traição, descobrir a não legitimidade de processos e escolhas, saber que foi trocado na hora do nascimento na maternidade, por exemplo, pode ser o cisco no olho que tudo clareia. Vivemos de antagonismos. A contradição é o que nos move, é a obscura claridade que situa.

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