Cair em si

 

 

 

Cair em si é descobrir possibilidades e impossibilidades, é perceber como não se conseguiu realizar desejos, ou ainda, que quando os mesmos são realizados, tudo é esvaziado. A vida não é um jogo de perde e ganha. Ela é um processo que, quando iniciado, dispara propósitos e configura caminhos. Esses caminhos, na maior parte das vezes já existem, resta agora trilhar e, ainda, poder mudar direções e sinalizações. Não é preciso criar novos mundos, tampouco caçar, matar um leão por dia, é preciso apenas caminhar, apreender direções, vencer obstáculos, e também criar obstáculos a tudo que despersonaliza, prejudica e destrói. Vida é decorrência, decorrência possibilitando novas decorrências, onde não existe causalidade nem sincronismo. Esse aparente, improvável, contraditório – a continuidade relacional – é o que nos situa, submerge, constrói e destrói.

 

Descobrir o imponderável – o instante – possibilita a descoberta e a continuidade, possibilita integração ou desintegração.

 

É necessário pensar que tudo que existe é integrado, assim como desintegrado. Essa reversibilidade requer disponibilidade. Muito difícil ser disponível quando se separa situações, circunstâncias, vivências sob a égide do que é bom, do que é ruim, do que constrói, do que destrói. Esse ponto de convergência – esse autorreferenciamento – quebra, destrói totalidades, fazendo com que o indivíduo se coloque como centro, como resultado da confluência. É uma polarização destruidora, mesmo que às vezes signifique lucro, vantagem e bem-estar. Ser centro, ser destacado de processos é criar ilhas, pontos de convergência que também são de divergência. É como diz o refrão da música Canto Chorado de Billy Blanco: “o que dá para rir, dá para chorar”.


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