Aplausos

Os aplausos animam, incentivam, tanto quanto comprometem ao criar expectativas de mantê-los. As expectativas estabelecem medo de falhar, possibilitando assim, tensão diante de possíveis frustrações.

Ser aplaudido é ser reconhecido, no mínimo como alguém a quem se deve admiração, reconhecimento. Situações de ser aplaudido sempre expõem o indivíduo. A vivência desta exposição varia de pessoa para pessoa. Uns, tudo fazem para conseguir este resultado, o aplauso, e tanto empenho para conseguí-lo compromete, não se discerne mais o espontâneo do programado. Para outros, ser aplaudido é uma circunstância significativa enquanto processo e participação, mas que pouco vale enquanto compromisso.

Vivenciar o aplauso como complemento natural de processos é um congraçamento. Esperar e lutar pelo aplauso, enquanto objetivo de se manter no topo das paradas, é a vida empenhada em função de compromissos e sucessos lucrativos. O aplauso é um apoio, ou um desafio, uma continuidade do expressar-se ou um continuado esforço para manter-se admirado, reverenciado. O aplauso libera à medida que ratifica participação, e escraviza ao exigir manutenção e compromisso.

Na reversibilidade dos processos e vivências, tudo tem sempre aspectos duplos e contrários: as críticas, as vaias, tanto quanto os aplausos incentivam ao propiciar transposição do que impede e derruba, tanto quanto aprisionam, amedrontam e destroem possibilidades.



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