Descobertas




“Duas linhas são iguais se elas coincidem” é um dos enunciados da geometria de Euclides.

Isso parece óbvio, mas não é quando tentamos entender o que significa igualdade. Parâmetros e instrumentos são necessários para essa verificação. Medir, comparar são formas de verificar.

Caso não se lance mão de outro parâmetro além das linhas em questão, como compará-las? Considerando o enunciado do próprio Euclides: pela coincidência. Essa redução das duas linhas a elas próprias implica encontro, nada mais que isso. Assim, a igualdade surge, ou seja, é igual pela absorção, quando uma linha encontra a outra e nela se perde, se completa. O diferente é o mesmo, o duplo, agora, é a unidade.

Essa possibilidade de integração é o que norteia e determina a trajetória do humano quando percebe o outro. Essa integração decorrente do encontro, essa coincidência, não é muito frequente, pois a fragmentação dos processos quebra a continuidade e estabelece óbices, os pontos de dificuldade e de quebra, e assim surgem divisão e fragmentação tão facilmente quanto poderia surgir integração.

Continuar, encontrar, coincidir é tão fácil quanto quebrar, desencontrar, interromper. Tudo depende apenas de disponibilidade ou de compromisso.

Quando estamos presos a regras e desejos são criados focos equivalentes a atritos, marcas que estabelecem oposição e, assim, descontinuidade.

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