Onipotência resultante de impotência

 

 

Achar que pode solucionar qualquer situação de dificuldade, ter certeza que sempre resolverá problemas são exemplos estruturadores de onipotência. O onipotente é aquele que cai em uma cilada: está no fundo do poço, totalmente impotente, mas se agarra em objetivos, desejos e metas e a partir dos mesmos estabelece seus programas vencedores. A onipotência é construída pelas constantes vivências de impotência, ela é um deslocamento da impotência não aceita. Continuando incapaz, se sentindo fraco e sem condições o indivíduo estabelece programas, objetivos, e para eles caminha. Essa luta contínua obceca, ofusca. Ele só percebe os caminhos, os pontos a superar, o que tem que ser adquirido. Quanto mais amealha, mais se sente capaz. É o colecionador de suportes, de títulos, de ajuda, de orientações e aplausos. Pensa que basta unir os pontos do que deseja alcançar, e tudo será seu. Sua atitude onipotente é, assim, um contínuo superar de incapacidades, dificuldades e impotência. Quando atinge o resultado final, quando o almejado acontece, ele se desespera, não sabe mais o que fazer. Vem o medo, tem que proteger o conseguido. Nesse cenário reina e acontece sua impotência, de tal forma acumulada e contínua que o constitui como dono onipotente das mesmas. A onipotência é sempre um deslocamento da impotência. O “quebro e arrebento” resulta do medo de se relacionar com o novo, de se comunicar com o inesperado. O medo – omissão - as atitudes de inveja que camuflam raiva e desespero, constituem o cotidiano da onipotência.

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